Espelho de Narciso: comportamento, subjetividade e desejo nos anos 80
Sinopse
Era dezembro de 1989, no rádio uma música de Cazuza falava de pessimismo e dor. Não havia muito para comemorar de uma década que chegava ao fim com tantos sonhos desfeitos. Restava muito pouco brilho do que foram aqueles anos tumultuados, a colorida geração saúde, o rock descompromissado do Legião e da Blitz, o irreprimível voo dos desejos, as esperanças de mudança brotando sorridentes dos escombros de um regime em decomposição. Falar de algo recente e, principalmente, de algo que vivemos nos dá a oportunidade de, na interseção entre a biografia e a história, ser um observador participante. Todavia, é extremamente complicado decidir se o nosso ponto de vista, ofuscado pela proximidade dos acontecimentos, é o de hoje ou o de ontem. Se falarmos pelo presente, as emoções são mais intensas e nos fazem reviver acontecimentos de forma visceral, mas talvez por isso mesmo, mais unilateralmente. Se falarmos do passado, a distância da experiência fornece mais neutralidade nos julgamentos, mas talvez por isso, de uma maneira mais fria. Entre versões e pontos de vista, talvez só imaginação nos ofereça um túnel do tempo mais confortável.
Downloads
Downloads
Publicado em
Licença
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.